terça-feira, 6 de julho de 2010

Poeminhas do Mario Quintana...

Atendendo ao pedido da Alice, que postou no seu blog alguns poemas do Mario Quintana, vou colocar alguns dos meus preferidos aqui...

Já deixei implícito em um outro post que Mario Quintana é um dos meus poetas favoritos, talvez seja até 'o' favorito por estar presente na minha vida há tempos...

Aviso já que aqui estão apenas os que me recordo de cabeça, ou pelo nome, ou algum trechinho, e que consegui achar na internet... infelizmente (ou felizmente, depende do ponto de vista...) meus livros dele já estão devidamente empacotados... hehehe

Canção da Garoa

Em cima do meu telhado,
Pirulin lulin lulin,
Um anjo, todo molhado,
Soluça no seu flautim.

O relógio vai bater;
As molas rangem sem fim.
O retrato na parede
Fica olhando para mim.

E chove sem saber por quê...
E tudo foi sempre assim!
Parece que vou sofrer:
Pirulin lulin lulin...

(meu Quintana favorito desde que aprendi a ler... pois é... meu amor pela poesia dele vem da infância!!!)

Frustração
Outono: essas folhas que tombam na água parada dos tanques e não podem sair viajando pela correnteza do mundo....

O mundo do sonho
O mundo do sonho é silencioso como o mundo submarino. Por isso que faz bem sonhar.

Esvaziamento
Cidade grande: dias sem pássaros, noites sem estrelas.

O Anti-Hamlet
O que nos atrai no 007 é que ele é o tipo de herói anti-shakespeariano. Nada de casos de consciência. Não é como esse pobre príncipe Hamlet que, para cometer meia dúzia de crimes, passa todo o tempo falando sozinho...

Poeminha do contra
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!

Reticências
As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho...

Da alma
A alma é essa coisa que nos pergunta se a alma existe.

Fatalidade
O mais triste, naqueles filmes de antigamente, era que o mocinho escapava de tudo, menos do happy end...

Vidinha
O mais triste de um passarinho engaiolado é que ele se sente bem.

Camuflagem
A esperança é um urubu pintado de verde.

Bilhete
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem que ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

Das utopias
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

I could go on, and on, and on.... quando meus livros estiverem livres, leves e soltos, quem sabe eu não faço uma segunda parte!?

:)

3 comentários:

Marcos, Simone, Lucca e Julie 6 de julho de 2010 às 09:09  

Bonjour, chère voisine!

Poesias sempre são gostosas. Elas servem tanto quando estamos contentes como quando estamos tristes...

Sou do tempo pré-xuxa, em que, graces à Dieu, os discos infantis eram gravados por Chico Buarque, Miúxa, Toquinho e, claro, Vinícius de Moraes...

Quando o Pupa estava para nascer, encontrei numa loja os CDs da Arca de Noé e cantávamos para ela desde então. Não conseguimos segurar as lágrimas com a voz doce do Paulinho da Viola cantando o "filho que eu quero ter...". Boas lembranças... Únicas.

Bisous,

Marcos
j'm'appelle caillou

Alice no País das Maravilhas 6 de julho de 2010 às 11:06  

ÊÊÊÊÊÊ!!!! Então aqui vai um bem legal também. :)

ARQUITETURA FUNCIONAL

Não gosto da arquitetura nova
Porque a arquitetura nova não faz casas velhas.
Não gosto das casas novas
Porque as casas novas não têm fantasmas.
E, quando digo fantasmas, não quero dizer essas assombrações vulgares
Que andam por aí...
É não-sei-quê de mais sutil
Nessas velhas, velhas casas,
Como, em nós, a presença invisível da alma... tu nem sabes
A pena que me dão as crianças de hoje !
Vivem desencantadas como uns órfãos:
As suas casas não tem porões nem sótãos,
São umas pobres casas sem mistério.
Como pode nelas vir morar o sonho ?
O sonho é sempre um hospede clandestino e é preciso
(Como bem sabíamos)
Ocultá-lo das visitas
(Que diriam elas, as solenes visitas ?)
É preciso ocultá-lo das outras pessoas da casa.
É preciso ocultá-lo dos confessores,
Dos professores,
Até dos Profetas
(Os Profetas estão sempre profetizando outras cousas...)
E as casa novas não tem ao menos aqueles longos,
intermináveis corredores
Que a lua vinha às vezes assombrar !

P 10 de julho de 2010 às 10:39  

Mario Quintana é tudo de bom! Que saudade das nossas coisinhas lindas em Português! Ju, eu tou assustada com a qualidade dos livros e das livrarias aqui, além dos preços. Ainda não achei meus cantinhos especiais nesse sentido...

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